É fato que o Rage não lança algo que faça jus ao nome que conseguiu no meio metálico há um certo tempo. Mas a esperança é a última que morre, e mesmo depois do fraquíssimo Strings To A Web (2010), cá estamos nós aqui de novo ouvindo mais um novo trabalho do grupo. 21 é o vigésimo-primeiro álbum do trio (obviamente), e novamente chega ao público cercado de muitas expectativas (tanto boas quanto ruins).
Após a curta intro "House Wins", nos deparamos com a faixa-título, que consegue surpreender positivamente com seu andamento speed-metal, e se torna ao longo de seus mais de cinco minutos uma boa canção, apesar do solo de guitarra decepcionante de Victor Smolski. Infelizmente, temos a seguir a não mais que mediana "Forever Dead", que mesmo com algumas boas passagens instrumentais e os vocais característicos de Peter Wagner corretos como sempre, acaba soando um tanto enfadonha, ainda mais contando com um riff 'modernoso' que acabou caindo muito mal a faixa. Mas apesar dessa caída rápida de produção, continuemos a audição normalmente.
Por sorte, as boas "Feel The Pain" e "Serial Killer" aparecem para botar o track-list de volta aos eixos rapidamente, sendo que a última inclusive apresenta linhas vocais que beiram o gutural como diferencial positivo. De resto, vale destacar em meio ao repertório a quase thrash metal "Concrete Wall", que agrada justamente por ser mais simples e direta, e também as ótimas "Destiny" e "Black And White", que são nada mais nada menos do que a banda fazendo aquilo que sempre fez durante boa parte de sua longa carreira com muita competência.
O que acaba prejudicando o saldo final são algumas outras músicas que assim como a já citada "Forever Dead", não empolgam. "Death Romantic" tem seus momentos de inspiração, mas passa longe de ser algo que chame muito a atenção, e "Psycho Killer" poderia ser uma das melhores faixas do play se não passasse dos desnecessários sete minutos de duração (uns 4 já seria de bom tamanho pra ela). Isso para não falar da fraquíssima faixa de encerramento "Eternally", uma semi-balada totalmente dispensável.
Para quem esperava algo do mesmo nível dos mais recentes, 21 será de certa forma uma boa surpresa, pois apesar de alguns deslizes que já viraram quase rotina, apresenta uma boa qualidade mais elevada que os seus antecessores. Está longe de ser um clássico do grupo, mas deve agradar a maioria dos fãs.
NOTA: 7
Matheus Henrique