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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Trivium - In Waves (2011)


O Trivium há anos vem se consolidando como uma das bandas mais importantes do metal moderno, ao lado de outros nomes de peso como o Lamb Of God e o Mastodon. E depois de botar no mercado no fim da década passada os ótimos The Crusade (2006) e Shogun (2008), eis que eles voltaram com tudo em 2011 com o lançamento do há muito aguardado In Waves.

Praticando uma sonoridade fortemente influenciada por bandas clássicas como Iron Maiden, Testament e principalmente o Metallica junto ao tradicional (e quase sempre mal-visto) metalcore norte-americano, o quarteto liderado pelo guitarrista/vocalista Matt Heafy se mostra em ótima fase em todos os aspectos, e conta agora também com o acréscimo do baterista Nick Augusto, que substitui (muito bem, por sinal) o membro fundador Travis Smith, que abandonou o barco ainda em 2010.

Temos aqui um repertório acima da média, onde não é difícil encontrar vários momentos em que podemos constatar que se trata de uma banda diferenciada dentro da cena atual. Os primeiros singles do registro, as pesadíssimas "In Waves" e "Built To Fall", essa última com um certo toque mais comercial que felizmente é positivo, mostram isso perfeitamente, e não deixam dúvidas quanto a tudo que foi dito anteriormente, além de explicitar as referências já citadas.

Mas não há como deixar de destacar outras boas canções como as diretas e repletas de peso "Inception of The End" e "Dusk Dismantled", a desconcertante "Caustic Are The Ties That Blind", que altera passagens mais agressivas com outras bastante melódicas da maneira mais sublime possível, e as espetaculares "Watch The World Burn" e "Black", que desde já figuram entre as melhores músicas da carreira do grupo.

Para quem ainda não consegue enxergar o valor de várias novas (e ótimas) bandas atuais dentro do heavy metal atual, esse disco é mais uma prova de que esse saudosismo não passa de uma grande besteira. O Trivum dá continuidade aos seus trabalhos anteriores sem demonstrar sinais de cansaço ou estagnação em seu som, lançando mais um grande álbum. Que continuem assim por muito tempo.

NOTA: 9

Matheus Henrique

domingo, 29 de janeiro de 2012

Graveyard - Hisingen Blues (2011)


O Graveyard é uma das melhores bandas de hard rock surgida nos últimos anos. E se os suecos já haviam impressionado a muitos com o debut auto-intitulado lançado em 2009, em Hisingen Blues eles se mostram ainda mais inspirados e prontos para conquistar ainda mais a adoração não só dos fãs mais tradicionais do estilo, mas de qualquer um que aprecie boa música independente de rótulos (e pré-conceitos).

As influências continuam as mesmas do álbum anterior, com uma sonoridade que remete diretamente a nomes como Led Zeppelin, Black Sabbath, e também o Free (o vocalista chega a lembrar o grande Paul Rodgers em vários momentos), além de retoques bem-vindos de blues e psicodelia. Mas se engana quem pensa que tudo aqui presente se trata de algum pastiche mal feito de algo que já foi feito antigamente. O repertório é extremamente coeso, e não há uma única canção que soa deslocada ou abaixo da média.

Desde a abertura com a poderosa "Ain't Fit To Live Here", até o encerramento com a não menos espetacular "The Siren" (sem exageros, uma das melhores músicas de 2011), a sensação que temos é que estamos de frente a um potencial gigante do estilo, tamanha a qualidade elevada do track-list. Para reforçar esse pensamento, basta ver a atuação individual de cada membro em sua respectiva função, em especial do habilidoso baterista Axel Sjöberg.

Também vale citar a viajante faixa-título, que transporta o ouvinte direto ao começo dos anos 70 em sua atmosfera cativante, a deliciosa mezzo-balada "Uncorfortably Numb", e as ótimas "No Good, Mr. Holden" e "Buying Truth (Tack & Förlat)", que são os principais destaques do registro, e praticamente resumem em seus poucos minutos toda a proposta da banda em sua essência.

Em uma época onde vários grupos parecem estar dando um sopro de renovação ao gênero, ainda que por meio de referências óbvias, como o ótimo Rival Sons, não é exagero dizer que o Graveyard é um dos maiores (senão o maior) expoentes dessa evolução, e Hisingen Blues um dos principais registros em disco disso. Indispensável.

NOTA: 8,5

Matheus Henrique

Chickenfoot - Chickenfoot III (2011)


Depois de uma boa, porém irregular, estreia auto-intitulada em 2009, o Chickenfoot finalmente mostra a que veio em Chickenfoot III (segundo álbum da banda, para os mais desavisados que podem se estranhar com o bem-humorado título) . O supergrupo formado por Sammy Hagar (vocais), Joe Satriani (guitarra), Michael Anthony (baixo) e Chad Smith (bateria) pratica por aqui um hard rock coeso e bem feito, apresentando composições inspiradas e que devem agradar em cheio aos fãs do estilo.

A energética "Last Temptation" já dá uma boa impressão logo de cara, e a festeira "Alright, Alright" vêm a seguir para aumentar ainda mais o nível do track-list, que até aqui só está na segunda música. Não há como não destacar os vocais de Hagar, que se mostra ainda em ótima fase apesar da idade, e o desempenho diferenciado de todos os outros componentes do grupo, que por mais que não precisem mais provar nada pra ninguém em questão de talento, ainda conseguem surpreender positivamente em todas as canções do play.

"Different Devil" e "Come Closer" são ambas quase baladas, em especial essa última, mas não soam apelativas ou melosas, e a qualidade felizmente permanece intacta. Por outro lado, as ótimas "Up Next" e "Big Foot" (primeiro single do registro) são repletas de suingue e passagens cativantes, e farão a alegria dos mais conservadores. O mesmo vale para a inspirada "Lighten Up" e a boa "Dubai Blues", que apesar do nome, mantém quase as mesmas características das anteriormente citadas.

Por fim, temos como as mais diferentes do disco a pesada "Three And A Half Letters", que soa um pouco estranha de primeira por apresentar alguns vocais quase falados de Sammy, mas que não demora para grudar na cabeça do ouvinte (o refrão é um dos melhores por aqui nesse quesito), e a semi-acústica faixa de encerramento "Something Going Wrong", com um violão muito bem encaixado em sua estrutura.

Deliciosamente descompromissado e roqueiro, Chickenfoot III é um dos melhores lançamentos de 2011, e a banda agora parece estar consolidando sua sonoridade, o que é bom para todos os envolvidos. As expectativas eram grande como 2009, e eles com certeza não decepcionaram ninguém dessa vez. Mas com uma formação fantástica dessas, fica difícil esperar qualquer outra coisa, não é mesmo? Discaço!

NOTA: 9

Matheus Henrique

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Beady Eye - Different Gear, Still Speeding (2011)



Depois do conturbado fim do Oasis em 2009, Liam Gallagher resolveu montar, junto com o que sobrou da banda (todos com exceção do guitarrista e seu irmão Noel Gallagher, por motivos mais do que óbvios), o Beady Eye, que em 2011 finalmente fez a sua estréia em disco com Different Gear, Still Speeding. E o resultado é deveras agradável.

Com um repertório calcado numa sonoridade explicitamente derivada de clássicos grupos ingleses dos anos 60, a banda não soa exatamente original, como se pode perceber logo na primeira escutada, mas consegue ainda assim reunir um punhado de boas canções em meio ao track-list,  seja quando tentam imitar os Beatles (“For Anyone”, “Three Ring Circus”), os Stones (“Millionare”, “The Roller”), o Who (“Standing On The Edge Of Noise”) ou até mesmo os Kinks (“The Beat Goes On”).

Também vale citar a poderosa faixa de abertura “Four Letter Word”, que apresenta um peso um tanto surpreendente em seu andamento, a despretensiosa “Bring The Light”, mais uma que parece ter saído direto da dupla Jagger/Richards, e as belíssimas baladas “Kill For A Dream” (a melhor de todas por aqui) e “The Morning Son”, duas que figuram com sobras como alguns dos principais destaques do play.

Muitos dirão que se trata de uma tentativa forçada de soar como qualquer uma das principais influências do grupo, e realmente nada do que está aqui presente será responsável por mudar os rumos do rock n’ roll daqui pra frente como esperam vários críticos por aí. Mas o que não falta em Different Gear, Still Speeding é, sem dúvidas, boa qualidade musical, algo que muitos grupinhos idolatrados por aí andam devendo há muito tempo. Ponto para Liam e sua turma, e que repitam o êxito em um próximo álbum.

NOTA: 8

Matheus Henrique