O R.E.M., um dos maiores nomes da história do rock alternativo, anunciou o encerramento de suas atividades em 2011, pegando seus fãs totalmente de surpresa depois de 30 anos de estrada. E mesmo que de maneira involuntária, Collapse Into Now serviu como a despedida em forma de disco do grupo. Lançado no início do ano, o álbum contém canções que passeiam por todos os terrenos que a banda já percorreu desde sua formação em 1980. E não faz feio.
A faixa de abertura "Discoverer" apresenta a lendária Patti Smith participando dos vocais, e poderia facilmente fazer parte de discos como Document e Green, tamanha sua qualidade. A mais roqueira "All The Best" e a semi-balada "Überlin" mantém o bom nível do registro, assim como a bela "Oh My Heart", que logo deve estar entre as favoritas dos mais fanáticos. Já "It Happened Today" têm o líder do Pearl Jam Eddie Vedder cantando ao lado de Michael Stipe, e é um dos principais destaques por aqui.
A quase messiânica "Every Day Is Yours To Win" é competente, mas acaba não acrescentando muita coisa, ao contrário da ótima "Mine Smells Like Honey", outra que remete á fase oitentista do grupo. "Walk It Back" segue mais ou menos a linha da já citada "Überlin", dessa vez com um teclado extremamente bem encaixado em seu arranjo (cortesia de Mike Mills), e "Alligator_Aviator_Autopilot_Antimatter" conta com o auxílio de Peaches no microfone, o que apenas reforça sua atmosfera cativante.
Chegando ao fim, a curta "That Someone Is You", com sua sonoridade que chega a lembrar clássicas bandas punks como Buzzcocks e Undertones, abre caminho para a delicada "Me, Marlon Brando, Marlon Brando And I", onde Peter Buck consegue seu melhor momento em meio ao repertório, e "Blue", mais comprida entre todas do play, beirando os seis minutos de duração, contendo nova participação de Patti Smith e o refrão de "Discoverer" repetido em seu final.
Collapse Into Now é um ótimo trabalho, e provavelmente o que de melhor o R.E.M. fez depois de New Adventures In Hi-Fi, de 1996. Eles sem dúvida terminaram suas carreiras, ao menos como uma banda, totalmente por cima e relevantes. Um belo presente de despedida aos fãs.
Nota: 8
Matheus Henrique
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