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sábado, 31 de dezembro de 2011

Machine Head - Unto The Locust (2011)


O Machine Head já havia se recuperado de suas tropeçadas do começo da década passada, quando chegaram a flertar sem sucesso com gêneros como o famigerado nu-metal, com os ótimos Through The Ashes Of Empires (2004) e The Blackening (2007), que mostraram uma banda renovada e com muita lenha para queimar. Com isso, as expectativas em torno do lançamento de mais um novo trabalho foram as melhores entre os fãs. E Unto The Locust, lançado em 2011 após longos quatro anos de espera, passou longe de corresponder às mesmas. Fez melhor que isso.

O que se vê por aqui é simplesmente o melhor disco de toda a carreira da banda, unindo de maneira perfeita peso, complexidade e até mesmo melodias marcantes vindo das poderosas guitarras de Robb Flynn (líder e principal compositor do grupo) e Phil Demmel. Isso sem falar da fantástica cozinha formada pelo baixista Adam Duce e pelo baterista Dave McClain. Não há duvidas de que se trata de um álbum realmente espetacular, e que não encontra prescedentes no metal atual.

A abertura com a poderosa "I Am Hell (Sonata In C#)", dividida em três partes, comprova isso. Com mais de oito minutos de duração, alterna entre momentos mais cadenciados e outros que apresentam uma velocidade avassaladora, além da agressividade característica. Na sequência, "Be Still And Know" apresenta um riff e uma estrutura mais melódica, com uma certa influência de metal tradicional junto ao thrash metal moderno praticado pelo grupo, e é com certeza um dos principais destaques do repertório, junto à terceira faixa, e também primeiro single do registro, "Locust", repleta de peso e criatividade.

"This Is The End" começa lenta, com sua introdução acústica, e logo explode em guitarras. Tudo bem que isso já é algo bem clichê dentro do heavy metal em geral há muito tempo, mas aqui esse recurso funciona muito bem do mesmo jeito. Vale citar também os vocais mais 'limpos' de Flynn no refrão, que só reforçam ainda mais a qualidade da faixa. Já "Darkness Whitin'" é um caso a parte. É a típica canção pesada, mas com grande potencial para emplacar nas rádios, com um refrão extremamente cativante, e que gruda na cabeça logo na primeira escutada. Perfeição é algo que passa a ser cogitado à essa altura...

Chegando ao final, a boa "Pearls Before The Swine" não deixa o ouvinte respirar em nenhum segundo, em meio à várias mudanças de andamento e guitarras de impressionar qualquer um. E o encerramento fica por conta da épica "Who We Are", que com seus mais de sete minutos fecha o disco da melhor maneira possível: deixando a sensação que ele deve ser escutado de novo, e várias vezes.

Aliás, algo também notável é o fato de que, por mais longas que todas as faixas aqui presentes sejam (a mais curta passa dos cinco minutos de duração), em nenhum momento elas soam cansativas ou monótonas, pelo contrário. Todas são perfeitamente coesas e sem partes feitas apenas para preencher espaço. Essas mesmas características são encontradas em álbuns clássicos do estilo como Master Of Puppets, do Metallica, e Rust In Peace, do Megadeth, ou seja, por aí já dá para se ter uma ideia da magnitude desse disco.

Por incrível que pareça, ainda há alguns fanáticos que teimam em admitir que existem ótimos trabalhos dentro do cenário metálico, tendo olhos apenas para os velhos dinossauros ou outros grupos enfadonhos que não trazem nada de novo ao estilo. Pobres coitados. Unto The Locust é disparado o grande álbum de 2011. Se você o ver num futuro próximo em listas de melhores da década, ou até mais que isso, não se surpreenda.

Nota: 10

Matheus Henrique

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