Ok, vamos aos fatos: Por mais que o hype gigantesco que a banda e seu disco de estréia Is This It? receberam no começo da década passada tenha sido um tanto exagerado, os Strokes foram sim um dos destaques dos anos 2000. Seus dois primeiros álbuns, o debut já citado de 2001 e Room On Fire (2003), eram repletos de ótimas canções e fizeram um sucesso merecido. Nada realmente inovador, é verdade, mas agradável em certo ponto. Em First Impressions Of Earth (2006), o nível decaiu um pouco, mas ainda dá para tirar alguns bons momentos dali.
Em 2011, foi lançado Angles, quarto registro de estúdio do grupo, depois de quase dois anos sendo excessivamente trabalhado. Obviamente uma enorme expectativa foi criada, e o primeiro single do álbum, a ótima "Undercover Of Darkness", deu a sensação de que seria difícil um resultado decepcionante. Mas, infelizmente, não foi isso que aconteceu.
O que vemos por aqui é um trabalho confuso, que atira para os todos os lados, soando sem foco nenhum. Claro que há certos destaques, como a boa "Metabolism", com passagens de guitarras interessantes, a deliciosamente pop-rock "Gratisfaction", a mais experimental (seja lá o que isso queira dizer) "Call Me Back", com seu toque de bossa nova, e a faixa de encerramento "Life Is Simple In The Moonlight", além da já citada "Undercover Of Darkeness". Ainda assim, nada que já não tivessem feito (bem) melhor antes.
De resto, o track-list apresenta várias 'tropeçadas'. "Two Kinds Of Hapiness" e "Taken For A Fool" parecem ter sido feitas no piloto-automático, tamanha a falta de inspiração de ambas. Já "Games" e "You're So Right", recheadas de influências eletrônicas, principalmente da new wave oitentista, são extremamente fracas e pior, datadas. Isso sem falar da péssima faixa de abertura "Machu Picchu", que chega a beirar o ridículo.
Enfim, para quem esperava um álbum ao menos digno, com certeza o resultado final é um grande balde de água fria. Disparado o mais fraco da discografia da banda. Se Julian Casablancas e sua turma quiserem se manter como uma banda relevante e de reconhecida importância no cenário musical, precisarão se recuperar desse equívoco chamado Angles.
Nota: 4
Matheus Henrique
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