Tem certas bandas que sempre despertam expectativas (positivas) quando estão prestes a lançar um novo trabalho, seja pela qualidade sempre elevada de seus resgistros anteriores, ou apenas pelo nome já consolidado há tempos na cena musical. E poucas delas são tão representativas desse fato (ao menos no meio 'indie') quanto os norte-americanos do Wilco nos últimos anos.
Liderados pelo guitarrista/violonista/compositor/vocalista Jeff Tweedy, o grupo foi provavelmente o principal expoente do alternative country do final da década de 90, e desde então vêm crescendo cada vez mais no quesito popularidade, graças á ótimos álbuns como Yankee Hotel Foxtrot (2002) e Sky Blue Sky (2007), que apresentavam uma sonoridade única e totalmente atemporal.
Eis que em 2011, chegamos a The Whole Love. Liberado na rede pouco antes de chegar realmente ás lojas, deixou mais uma vez os fãs esperançosos em busca de mais uma 'obra-prima', além de um sopro de recuparação após o auto-intitulado de 2009, que apesar de competente, chegou a desapontar um pouco. A verdade é que a banda deixou a todos de certa forma 'mal-acostumados', e é sempre esperado que eles apareçam com algo um tanto inovador. E o registro em questão pode muito bem saciar os mais fanáticos.
"Art Of Almost" abre o track-list com seus poucos mais de 7 minutos de duração, em meio a um certo experimentalismo que chega a remeter um pouco ao já citado Yankee Hotel Foxtrot, e sua longa faixa de abertura "I Am Trying To Break Your Heart". E a seguir, o que temos é um punhado de boas canções, desde as belas "Black Moon", "Born Alone" e "Sunloathe", até as mais 'agitadinhas' (ao menos em comparação as outras) "I Might" e "Dawned On Me", essa última sem dúvidas o grande destaque por aqui, ao lado da não menos ótima e cativante "Open Mind".
Há também as agradáveis "Capitol City", "Standig O" (outra em que as experimentações são notadas) e "Rising Red Lung", a interessante faixa-título, e "One Sunday Morning (Song For Jane Smiley's Boyfrend)", que em seus mais de 12 minutos fecha o álbum de uma maneira relaxante e reflexiva, em meio a uma atmosfera deliciosamente 'Dylanesca'.
Talvez não seja algo totalmente novo como sempre esperam, e muito menos o melhor disco da banda. Mas The Whole Love é coeso, repleto de grandes momentos, e não será surpresa se aparecer nas principais listas de melhores do ano. Eles com certeza não decepcionaram.
Nota: 8,5
Matheus Henrique
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